Nascimento: 1950
Nacionalidade: Brasileiro
Sílvio Tendler é um cineasta brasileiro que tem como objetivo principal filmar a memória e a história política para promover uma reflexão crítica sobre a contemporaneidade do Brasil e do mundo. A característica mais marcante do seu cinema é a perspectiva utópica. Entre os muitos documentários que produziu no Brasil, destacamos a mini-série O Espírito da Utopia, o filme Utopia e Barbárie (que levou dezanove anos a ser filmado), e o seu filme mais recente, Privatizações: A Distopia do Capital. Tendler ficou conhecido como “o cineasta dos sonhos interrompidos” ou “o cineasta dos vencidos”, como resultado de ter realizado documentários sobre grandes utopistas brasileiros, tais como o cineasta Glauber Rocha, o guerrilheiro Marighella e o ex-presidente Juscelino Kubitscheck.
Tendler propõe-se filmar a história sob todos os pontos de vista com a clara intenção de ressaltar as diferentes nuances da utopia ao longo da história mais recente. A sua metodologia assenta na utilização de depoimentos e entrevistas de personagens importantes para a ação política de resistência e numa intensa pesquisa e viagens frequentes para dar um panorama mais abrangente da utopia brasileira ou da manifestação utópica pelo mundo. Para Tendler, é fundamental a memória enquanto narrativa documental. A ilustração dessa memória, no âmbito do chamado “cinema de arquivo”, ocorre com a utilização de arquivos, fotografias e trechos de cineastas pelos quais nutre grande admiração.
Atualmente, Tendler continua a utilizar o cinema – sem preocupações comerciais – como instrumento para fomentar a utopia. Os seus filmes mais recentes, O Veneno está na Mesa ePrivatizações: A Distopia do Capital, denunciam os problemas sociais trazidos pelas corporações capitalistas e promovem o caminho da construção utópica, incentivando-nos a nunca o perdermos de vista.